Educação
O Impacto da indústria Pecuária (Pt.2)
Como a indústria pecuária impacta negativamente no meio ambiente.
Existem seis tipos diferentes de gases do efeito estufa (GEEs) na atmosfera terrestre. São eles: dióxido de carbono, metano, nitrogênio, hidrofluorcarboneto, perfluorocarbono e hexafluoreto de enxofre.
Dentre esses seis gases naturais, três são gases antropogênicos (atribuídos à ações humanas) que contribuem notavelmente com o aquecimento global, segundo a David Suzuki Foundation (s.d.).
De acordo com Grossi, Goglio, Vitali, and Williams (2019), a criação industrial de gado está entre os maiores produtores de GEE's antropogênicos--a indústria representa cerca de 14,5% das emissões globais. No entanto, esse dado só aumenta nesses últimos anos, uma vez que a sociedade continua a consumir produtos pecuários.
O problema em si
Atividades humanas dos dias modernos- como a queima de combustíveis fósseis, desflorestamento, agricultura e pecuária intensiva, entre outros- são responsáveis por um aumento considerável de gases do efeito estufa na atmosfera.
Depois dos dióxido de carbono, seguem o metano e o nitrogênio, respectivamente, como os gases antropogênicos mais abundantes. Onde o metano representa 20% (Global Methane Initiative, s.d.) e o nitrogênio 6,5% das emissões globais (United States Environmental Protection Agency, s.d.).
A maior parte desses dois gases são atribuídos a criação de gado.
De acordo com Grossi et al. (2019), "Metano, majoritariamente produzido pela fermentação intestinal e armazenamento de esterco, é um gás que afeta o aquecimento global 28 vezes mais que o dióxido de carbono. Nitrogênio, resultante do armazenamento de esterco e pelo uso de fertilizantes orgânicos/inorgânicos, é uma molécula com potencial de aquecimento global 265 vezes maior que o dióxido de carbono."
A quantidade de metano e nitrogênio expelido pelas indústrias em questão dependem de vários fatores:
O número de animais:
Cerca de 70 bilhões de animais são criados anualmente. Evidentemente, esse cenário leva ao aumento das emissões de metano e nitrogênio por parte das atividades pecuárias, numa escala anual.
Seu sistema digestivo:
A pecuária ruminante- como a criação de gado, ovelhas, búfalos, cabras, cervos e camelos- ultrapassam a digestão natural, processo chamado de "fermentação entérica". Esse conta com ajuda de micróbios no trato digestivo (ou rúmen), que decompõe e fermenta a comida, produzindo o metano. Esse metano chega na atmosfera por meio das flatulências do animal (Enteric Fermentation, 2014).
O tipo de cação:
Tipicamente, a dieta destes animais consiste em feno, palha, estiagem, grãos e legumes. No entanto, ao se decompor, esses nutrientes formam gases metano, devido a uma enzima em específico presente nos seus intestinos durante a digestão (FutureFeed, s.d.).
"Esterco":
O metano age como uma fonte de emissão, tanto para o metano quanto para nitrogênio. A quantidade emitida é proporcional às questões ambientais, a forma como ele é gerenciado, e a sua composição (Grossi et al., 2019).
Esses fatores combinados aumentam significativamente a quantidade de metano e nitrogênio na atmosfera, e, consequentemente, contribuem para o aquecimento global e mudanças climáticas.
Os Efeitos
Tudo gira em torno do Efeito Estufa- esse processo é responsável por manter a temperatura da terra quente e balanceada, o que equivale a cerca de 15°C (59° fahrenheits). Esse processo mantém os gases (GEE's) na atmosfera que retém raios de sol, que, sem tal processo escapariam para o espaço (Greenhouse Effect 101, 2019).
Sendo assim, quanto mais GEEs a sociedade produzir, mais esses raios de sol esses gases ficarão retidos e, assim, a temperatura terrestre irá aumentar e mais mudanças climáticas acontecerão.
A indústria agropecuária é consideravelmente responsável pelo aumento constante de gases do efeito estufa na atmosfera terrestre, através da criação de milhões de animais e práticas insustentáveis.
Os componentes químicos primariamente emitidos pelas criações destes animais não impactam somente o meio ambiente atual, mas também ameaçam o futuro do nosso planeta. Gases como o metano e nitrogênio duram por mais de uma década na atmosfera, fazendo com que seus efeitos prejudiciais persistam.