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Educação

O Impacto da indústria Pecuária (Pt.1)

Como a indústria pecuária normaliza a crueldade animal e vai contra os direitos dos animais.

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Por Karina Torres

Traduzido por Isabela Lima

Foto de Annie Spratt em Unsplash

De acordo com Vergunst e Savulescu, 50 bilhões de animais são criados e escravizados todo ano para fazer comida ao redor do mundo. A indústria de criação de gado rapidamente se tornou uma das indústrias mais antiéticas na economia atual. Desde a transição da humanidade para a agropecuária, a criação de animais em cativeiro- isto é, a manutenção, procriação e escravização dos animais para obter comida e outros produtos- prevalece na sociedade como fonte principal de comida, bens e lucro.

De acordo com a organização não governamental People for the Ethical Treatment of Animals (PETA), 'especismo' é a convicção humana de que todos animais de outras espécies são inferiores. Essa visão do mundo da supremacia humana, considera os animais como meios para fins humanos e é o que sustenta a pecuária e o consumo (PETA). Fazendas de gado industrial, ou comumente conhecidas como "matadouros", fabricam produtos de forma totalmente alheia ao bem estar animal (Vegunst and Savulescu, 2019). Essas fazendas são centros de crueldade animal e, frequentemente, vão contra códigos éticos e diretrizes profissionais.

O país com o maior número de fazendas e companhias de gado no mundo é o Estados Unidos, em segundo está a América Latina, com sua maior parte localizada no Brasil, seguido pela Argentina e pelo México. A maioria das empresas pecuárias não oferece espaço confortável ou suficiente para os animais se movimentarem e para a ventilação do ar. Isso cria um ambiente anti-higiênico e calor intenso, o que faz com que os animais desenvolvam ansiedade e até problemas de saúde. Os animais de criação são frequentemente criados e mantidos em cativeiro em condições que lhes causam sofrimento prolongado.

Em entrevista ao representante da PETA, Sirrus Lawson, o tratamento e a qualidade de vida que os animais normalmente recebem nessas fazendas é “terrível e antiético”. Esses animais são submetidos a tratamentos brutais e experiências horrendas. Para ilustrar, a vida de uma vaca em cativeiro muitas vezes envolve ser constantemente fecundada à força em meios para usar o leite materno e simultaneamente produzir mais gado, sendo separada de seus bezerros a cada vez, e quando eles não podem mais suportar, as vacas muitas vezes passam por seus dias finais agonizantes sendo transportadas para o abate, suas vidas terminando de maneiras desumanas.

Quando chega a hora do abate, os animais de criação geralmente são mortos a tiros com armas de disparo em cativeiro ou cortados no pescoço, mas, como muitos trabalhadores são mal treinados, muitos permanecem vivos e conscientes por minutos, mesmo depois de serem baleados ou cortados (PETA ). O abate da maioria dos animais domésticos, como vacas, porcos e galinhas, é feito com diferentes "técnicas", mas com a mesma crueldade e indiferença pela vida desses animais.

De acordo com Lawson, a indústria pecuária é flagrantemente baseada na superioridade humana sobre os animais, especificamente aqueles que "não são considerados animais de estimação" (ou seja, especismo). Essa indústria se alimenta do lucro e comete comportamentos desumanos contra os animais por causa do quanto a sociedade consome com isso. É com financiamento governamental e impostos que a pecuária se sustenta. O problema moral em torno da indústria pecuária é largamente ignorado em função dos lucros gerados por essa. Entretanto, de acordo com Lawson, um jeito de ajudar os animais dessa indústria é trazer à tona o abuso que eles sofrem através da educação e conscientização.

A sociedade, dessa forma, é obrigada a rever os questionáveis ideais que possuem sobre a indústria pecuária e alimentícia, que sustentam a produção e o abuso. Lawson diz que ações tão simples como educar amigos e familiares, e se engajar nas redes sociais contribuem para o propósito. “É um simples sistema de pensamento que geralmente começa em casa,” estabeleceu Lawson.

O Representante afirmou, também, que outra boa forma de contribuir é tentando o estilo de vida vegano, apesar que ele entenda que o mesmo pode não ser acessível a todos.

Evidentemente, o tratamento antiético recebido pelos animais nas fazendas industriais deveria ser discutido mais enfaticamente na sociedade, de modo que as pessoas se tornem mais conscientes sobre o seu consumo e sejam educadas sobre a injusta realidade dos animais na indústria pecuária.

Faça parte da mudança!

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